segunda-feira, 29 de novembro de 2010

A relação de contiguidade e similaridade na literatura infantil

Este breve texto é uma reflexão sobre a construção de sentidos por contigüidade e por similaridade e a sua aplicação a literatura infantil. Estes conceitos estão no livro Literatura Infantil: voz de criança, de Maria José Palo. 
Sabemos que o processo de significação é realizado a partir de operações mentais por associações. Estas, por sua vez, devidamente estimuladas, podem contribuir enormemente para o desenvolvimento cognitivo das crianças. Não que seja uma novidade para elas, já que certamente elas fazem uso dessas associações no seu dia-a-dia de forma espontânea. Na escola, os professores podem construir espaços onde tais construções possam não apenas ser exercitadas, mas pensadas, sistematizadas.
Quando nos deparamos com uma situação/texto que nos exige uma interpretação, inevitavelmente faremos, muito rapidamente, operações em níveis diferentes. Em se tratando da criança, obviamente que todo esforço recai na tentativa de fazê-la operar com esses processos mentais para que possa desenvolver melhor as sua potencialidade cognitiva. Deste modo, um programa de disciplina pautado no exercício prático desta relação, contribuirá para o crescimento intelectual e sensível da criança.
Vejamos alguns exemplos com textos bem conhecidos:
Quando a criança se depara com o conto de fadas Chapeuzinho Vermelho, por exemplo, terá de se movimentar, em pelo menos duas direções: metafórica e metonímica. Os signos que aparecem no texto, para que sejam compreendidos, precisam aproximar-se das referências deste leitor com o mundo social em que vive e este processo geralmente se faz por  contiguidade. Para provocar um processo de ruptura nesta instância, deve-se recorrer ao processo de remetaforização por similaridade, escapando do já-estabelcido. Daí o exemplo dado pela autora com o livro chapeuzinho amarelo de Chico Buarque. Há também essa tentativa em Marcelo, Martelo, Marmelo, quando Ruth Rocha nos apresenta uma personagem que desloca o significado sedimentado do signo socialmente aceito, convencionado, para construir novos signos mais próximos das coisas (na visão da criança). Por associação contígua, operando com as coisas no mundo real, o personagem rompe com a relação estabelecida para criar novas.
Embora estejam fixos, imobilizados no papel, os signos organizados linearmente no texto estão em constante movimento no plano mental do leitor. Como a criança identifica o lobo como sendo o vilão da história? Como o seu sentimento em relação à personagem emerge durante a leitura? Os teóricos lingüistas e semióticos falam de uma relação metafórica e outra metonímica, isto é, uma relação por similaridade e outra por contiguidade. A relação similar, metafórica, ocorre quando dois signos apresentam independência entre si, mas que, por alguma razão, fundem-se. Assim, o "lobo", no sentido denotativo, é um animal selvagem, assim como “vilão”, também com sentido denotativo, significa pessoa que pratica ações ilícitas. A pergunta é: como o lobo virou o símbolo da vilania, da esperteza, do perigo, da imoralidade, do mau-caratismo na cultura ocidental? Dá-se aqui uma construção simbólica por associação em que lobo passou a significar perigo, astúcia, etc. Por conta de uma associação deliberada, erigiu-se uma metonímia por conta da significação com base em coisas reais - sociais ou naturais. Vale ressaltar ainda que vilão, na Idade Média, era todo aquele que morava na vila, portanto, não era nobre. Vemos aqui um outro processo metonímico, já que o vilão como sinônimo de mau caráter representa todos aqueles que não tinham status nobre e que, de alguma forma, era visto, pela nobreza, como pessoas sem princípios, provavelmente por representar alguma ameaça. A relação metonímica favorece, assim, a construção de estereótipos.
De certa forma, apesar do lobo já ter se cristalizado no Ocidente com este significado, poder-se-ia dar outro significado para o signo lobo, caso se quisesse fissurar uma metáfora já sedimentada. A metáfora propicia inscrições mais subjetivas porque elas sugerem mais do que dizem, exigindo muito mais uma atitude responsiva do leitor porque oferece mais possibilidades de significação. Já a compreensão por contiguidade, depende do movimento de associação entre as figuras que são dependentes entre si, mas que se aproximam por possuírem elementos que se tocam. Assim, chapeuzinho vermelho, personificada na figura de uma menina, associa-se por contiguidade às meninas-leitoras que estarão lendo o conto. Esta relação tende (ou não) a ratificar um comportamento por identificação. A floresta é também um signo metafórico que simboliza perigo, mistério, risco, ratificado na representação metafórica do lobo. Apesar de nesta instância operarmos com a metáfora, podemos dizer também, em relação ao lobo, que a sua antropomorfização corresponde a uma tentativa de aproximá-lo de outro signo constituído no plano social,  o ser humano, o homem. Assim,  existiria uma relação metonímica nos contos de fada cada vez que os signos fossem atualizados por simples associação do leitor com o mundo real ou com a simbologia já internalizada,  e que no ato de leitura só precisam ser acionadas. Mas, e se o texto subverte as representações internalizadas? Penso que ainda estaria buscando uma referência no plano real, social, cultural do indivíduo. O que seria, então, uma literatura infantil libertadora? Segundo Palo seria aquela que permitisse maior liberdade para o leitor no processo de significação, que sugerisse mais do que desse pronto, que se realizasse no plano do signo, da palavra. Em outras palavras: a criança seria motivada a pensar a realidade como algo construído (e que portanto pode ser descontruído, para citar uma expressão do filósofo argelino Jacques Derridá) e não algo pronto através de um processo de fissura no plano linguístico, sígnico. Assim, a relação lobo = mau caráter existe por relação metonímica, por contiguidade, materializado no plano social devido a humanização do lobo (ou antropomorfização) sedimentando a relação, diga-se universal, lobo/homem/maldade.

domingo, 28 de novembro de 2010

PRAZO CRÍTICA LITERÁRIA OU FÍLMICA

Atendendo a pedidos, informo que o prazo de entrega do artigo de crítica literária foi dilatado para o dia 10/12, impreterivelmente, no mesmo dia em que deverão me entregar os vídeos. Por favor, administrem esse tempo, pois não haverá outra prorrogação.

Destaco, também, que vocês podem escolher entre 1) filme, 2) vídeo ou 3) literatura infantil ou juvenil. Em outras palavras: escolham apenas um dos três mencionados.

VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER

Postei, em um dos meus blogs, um artigo que escrevi há seis anos, fruto de uma conversa que aconteceu em uma viagem de ônibus (Salvador-Lauro de Freitas). O tema é ainda bastante atual e vale a pena ser discutido. É um assunto triste -a violência contra a mulher - mas precisa ser abordada  continuamente enquanto ela existir.

O PENTE E A MULHER

Sugiro a leitura do texto postada em meu outro blog cujo link segue abaixo.

 

sábado, 27 de novembro de 2010

PRÓXIMA AULA

Para a próxima aula:

Matutino: Trabalho em equipe com livros de literatura infantil (análise)
Vespertino: Debate sobre o livro de Maria José Palo
Noturno: Trabalho em equipe com livros de literatura infantil (análise)

Não vejo a hora de chegar este dia!

NARRATIVA ABERTA E NARRATIVA FECHADA

Buscando por respostas mais bem elaboradas sobre a narrativa aberta e a narrativa fechada, esclareço melhor a distinção entre ambas. Vimos que a narrativa fechada é aquela que retoma o ciclo da ordem, isto é, ela se fecha porque é dado ao leitor o final da história que pode se resumir a recuperação de um estado harmônico, de equilíbrio inicial. Já a narrativa aberta é um tipo de narrativa que se fecha no leitor (nos leitores) e não no texto, isto é, o final não é fornecido pelo filme ou texto literário, mas por cada pessoa que tiver acesso ao texto.


Se cada leitor propuser um final, significa dizer que as personagens passam a ser  conduzidas pelo leitor/espectador que se transforma em uma espécie de co-autor do texto visto. Por outro lado, pode ocorrer que o espectador-leitor torne-se crítico da intriga, pois ao entrar em contato com outros finais, torna-se inevitável a discussão. Se for com um grupo de amigos, cada um vai mostrar o motivo da escolha, levando-os a pensarem em suas próprias escolhas que, de uma certa forma, tem a ver com as suas expectativas. Pode ser ainda que o leitor-espectador se depare, ele mesmo, com vários finais, o que o levará a um factral de respostas possíveis e válidas, aumentando a sua capacidade de pensar dialeticamente.


A narrativa aberta é um tipo de narrativa que permite maior ação criativa e reflexiva do leitor, já que ele pode interferir, questionar, contribuir com a sequência da fábula. Sem dúvida, ela exige muito mais do leitor/espectador que sai de uma zona de conforto para uma outra de desacomodação. A narrativa aberta tende a fortalecer mais um espírito participativo, ativo, crítico do leitor do que a narrativa fechada.


Vale ressaltar, no entanto, que o fato do espectador ser convocado a participar do filme parece incomodá-lo, pois sabe-se o quanto é difícil agradar ao espectador-leitor quando a narrativa é aberta, o que pode ser explicado como um hábito, por reforço deste tipo de narrativas, como, também, por um descoforto devido a ruptura do processo de transferência. O leitor sente-se mais confortável ao não participar do desfecho, já que a sua participação o convoca para o mundo real do qual ele, provavelmente, é induzido a escapar.

Lembro-me que uma aluna me perguntou se era melhor para a criança uma narrativa aberta ou fechada. Esta é uma pergunta típica de pesquisador e a resposta não pode ser dada/fechada por mim, mas pela pesquisa...sempre a pesquisa, sempre. É ela quem vai trazer novos conhecimentos, novas propostas metodológicas. Enfim sem pesquisa só há mesmice, mediocridade. Quem vai responder a esta questão?

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

EVENTO

Recebi por e-mail a mensagem abaixo:
Durante quatro horas, o Forte de Santo Antônio Além do Carmo será palco e platéia de atividades de artes plásticas, artes cênicas, música e dança realizadas por mulheres. Essa reunião de expressões culturais diversas, com o objetivo de enfatizar o protagonismo da mulher, é a proposta da Mostra Mulher!, que será realizada no dia 5 de dezembro, domingo, das 16h às 20h.

O evento é promovido pelo Curso de Produção Cultural da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia, que traz à cena baiana o
desempenho da mulher que, em uma perspectiva cultural, demonstra a sua capacidade e seu lugar de sujeito em uma sociedade historicamente
conformada pela “guerra dos sexos”.

A Mostra Mulher! contará com uma programação diversificada, composta pelo Estúdio da Imagem, espaço onde mulheres de todas as idades poderão ser produzidas e fotografadas. As participantes terão sua imagem projetada em um telão no local do evento, através de uma parceria com o Labfoto. Haverá ainda o Painel das Artes, destinado às artes visuais produzidas in loco por artistas como Priscila Bona, Paula Magno e Nina Dantas e as Oficinas de dança do ventre e dança cigana, ministradas pela professora Roberta Campos; além de esquetes de teatro que abordarão a questão de gênero. Tudo isso ao som da DJ Mayan.

Durante toda a tarde, o público poderá assistir às intervenções de clown coordenadas pela atriz Felícia Menezes e conhecer a exposição coletiva “Mulheres em Movimento”, que transformou as ruas de Salvador através de imagens do mundo visto pelo olhar feminino, sob a curadoria da artista e professora Márcia Magno.

A Mostra Mulher! será encerrada com apresentação do Samba das Moças - grupo composto por seis mulheres que valorizam, através de sua música,
o samba de roda do Recôncavo Baiano.

A entrada para a Mostra Mulher! será gratuita, mas a organização do evento solicita 1 kg de alimento não-perecível, que será doado ao Centro Nova Semente, que atende crianças filhas de presidiárias.
link:
http://ibahia.globo.com/revistacultural/noticia/default.asp?codigo=235975

Os discursos falaciosos

Segundo a teoria da argumentação, a falácia é um recurso retórico que consiste em persuadir o ouvinte através de provas inconsistentes. Uma dessas formas de persuasão dá-se através do  argumentum ad populum (apelo ao povo), isto é, a "tentativa de ganhar a causa por apelar a uma grande quantidade de pessoas." (wikipédia).

Li, recentemente, no blog de um amigo a postagem do texto abaixo sobre o qual faço aqui uma brevíssima reflexão:

 
"Numa ocasião, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, saiu para jantar com sua esposa, Michelle, e foram a um restaurante não muito luxuoso, porque queriam fazer algo diferente e sair da rotina. Estando sentados à sua mesa no restaurante, o dono pediu aos guarda-costas para se aproximar e cumprimentar a primeira dama, e assim o fez.

Quando o dono do restaurante se afastou, Obama perguntou a Michelle: Qual é o interesse deste homem em te cumprimentar?

Michele respondeu: Acontece, que na minha adolescência, este homem foi muito apaixonado por mim durante muito tempo.

Obama disse então: Ah, quer dizer que se você tivesse se casado com ele, hoje você seria dona deste restaurante?

Michelle respondeu: Não, meu querido, se eu tivesse me casado com ele, hoje ele seria o Presidente dos Estados Unidos."



Acontece que, anos atrás, já tinha recebido uma mensagem semelhante, mas os personagens eram outros: Os Clintons. A diferença é que eles estavam passando próximo a um posto de gasolina que era de propriedade do ex-noivo ou namorado de Hillary. Bem, o resto vocês já sabem.

A questão é que a mensagem vem sendo veiculada como uma mostra do poder da mulher, mas é um enunciado extremamente falacioso, já que ele apenas ratifica, atualiza, retextualiza o dito popular "por trás de um grande homem, há sempre uma grande mulher", evocando assim a memória do povo.

Não é preciso dizer que o que está internalizado pelo senso comum, através do dito, é uma posição das mulheres no papel de coadjuvante,  já que o protagonismo seria dos homens, ainda que com a ajuda das mulheres. A propósito, Hillary perdeu as eleições para um homem, o que mostra que o "seu lugar" é atrás deles.  

Os textos veiculados na internet sobre os presidentes dos EUA e suas esposas mostram a influência que as mulheres têm sobre os homens, mas isso não é novidade alguma, mas como é mostrado parece que as mulheres fizeram uma grande revolução. A quem interessa mostrar um falso poder às mulheres e às pessoas em geral?

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Scar: os elementos constitutivos do vilão


O vilão é um personagem que se opõe ao heroi quanto a conduta e aos valores morais. Em outras palavras é o personagem que adota um conjunto de regras de comportamento e de sentimentos que os membros de uma sociedade desvaloriza, em contraposição aos comportamentos valorizados e que são incorporados pelo heroi. O fato de o espectador valorizar as atitudes do heroi não significa dizer  que eles os vivenciem em seu dia-a-dia, até porque a complexidade da vida humana não pode ser resumida de forma tão linear como aparece nos filmes de animação, talvez isso justifique a catarse nos espectadores.

Sendo assim, a partir do vídeo acima, vemos que o personagem-vilão, Scar, traz elementos que são vistos pela cultura ocidental (somente?) como atitude de vilania: tirar a vida do próximo,  ser egoísta, trair, mentir, dissimular, alémlico, sem força violenta: a morte de Scar em razão de suas atitudes.

O maniqueísmo (bem x mal) aparece representado nas figuras (Mufasa x Scar e Mufasa x Simba). No segundo momento, o novo ressurge para resgatar o lugar da ordem.  As narrativas trazem uma estrutura comum: ordem - desordem - ordem, como mostra o artigo de Salete Santos (trabalhado em sala de aula) que analisa o filme O Rei Leão intertextualmente, sendo que a desordem é, em geral, trazida pelo personagem vilão, neste caso Scar.

Outros aspectos da personalidade do vilão (e do herói) poderiam ser destacados em outros momentos do filme. O final do vilão já é de conhecimento de todos: ele recebe uma punição pelas suas atitudes, muitas vezes culminada com a morte que, no vídeo acima, é minimizada em função do seu público.

Vale destacar um dos enunciados de Scar, quando, ao ser acusado de assassino por Simba, ele diz que é uma questão de perspectiva. Diante disso, considerando quem pronuncia o enunciado, podemos inferir que  a relatividade não é bem vista, já que quem fala do lugar da ordem não permite dúvidas, mas verdades que em geral são pronunciadas na ficção pelo heroi. De fato, a verdade depende da visão de cada um, do lugar de fala, mas no filme esta abertura não é mostrada devido ao fato, a meu ver, de ser para um público infantil e, talvez, os seus produtores, diretores, roteiristas não se sentissem à vontade em apresentar para este segmento social que a verdade depende do ponto de vista de quem vê. O que poderia acontecer caso este aspecto fosse considerado como valor? As crianças passariam a questionar os discursos dos pais, professores, do adulto em geral e isto parece não ser o propósito dos sujeitos que elaboram os textos destinados à criança. 

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Trecho do filme O Rei Leão


Ciclo Da Vida

O Rei Leão

Nants ingonyama bagithi Baba [Aqui surge um leão, pai]
Sithi uhm ingonyama [Oh sim, é um leão]
Nants ingonyama bagithi baba
Sithi uhhmm ingonyama
Ingonyama
Siyo Nqoba [estamos indo para conquistar]
Ingonyama
Ingonyama nengw' enamabala [Um leão e um leopardo estão vindo para esse lugar aberto]
Desde o dia que chegamos no planeta
E, piscando, andamos para o Sol
Há mais para ver do que nunca pôde ser visto
Mais a fazer do que nunca pôde ser feito
Há muitas coisas para se ter aqui
Mais para achar do que nunca pôde ser achado
Mas o Sol está girando alto
Pelo céu safira
Mantendo o grande e o pequeno sobre o ciclo sem fim
É o Circulo da Vida
E ele move a todos nós
Pelo desespero e esperança
Pela fé e o amor
Até encontrarmos nosso lugar
Em um caminho descontraído
No Círculo
No Círculo da Vida
É o Círculo da Vida
E ele move a todos nós
Pelo desespero e esperança
Pela fé e o amor
Até encontrarmos nosso lugar
Em um caminho descontraído
No Círculo
No Círculo da Vida
http://letras.terra.com.br/o-rei-leao/214002/

O Leão: De Aslam a Mufasa e de Mufasa a Aslam

Se partirmos da literatura Aslam (Crônicas de Nárnia, 1950) antecede Mufasa (O Rei Leão, 1994), mas se partimos do cinema como referência, Mufasa (1994) antecede Aslam (2005). A figura do Leão sempre esteve presente na literatura e no cinema ocidental. Quem não se lembra de Clarence, o leão vesgo do seriado Dakitari dos anos 70? Ou do símbolo da MGM (Metro Goldwyn-Meyer)?

Pesquisando na internet, verifiquei um dos registros sobre a simbologia do leão:
Majestoso e poderoso, o leão é um símbolo solar e luminoso. Rei dos animais, traduz sabedoria, poder e justiça, mas também orgulho, domínio e segurança.
Nas várias culturas religiosas do mundo, o leão está também associado à figura do pai, do mestre, do chefe ou do imperador, que pode ser protector ou tirano. Por isso, é comparado a Krishna na literatura épica indiana, a Buda e a Cristo, chamado de Leão de Judá. No Islão, o leão de Alá é Ali, genro de
Maomé, e na literatura cristã os anjos são os leões porque transportam e transmitem a palavra divina, ao mesmo tempo que preservam os segredos de Deus como o leão apaga o rasto das suas patas quando é perseguido. No Livro do Apocalipse, o trono de Deus é guardado por um leão e, em Ezequiel, o carro de Jeová é conduzido por animais fantásticos de quatro caras, uma das quais com o aspecto de leão. As armas da Índia têm a esfinge de três leões simbolizando o triunfo da verdade.


Os leões são um símbolo de realeza e eram representados montados por heróis, reis e deuses, ou junto aos seus tronos. Salomão tinha o seu trono ornamentado por um leão como também acontecia com a realeza francesa. O trono de Buda era representado por um leão e a força da Shakti, a energia divina feminina, era comparada à força do leão. O leão é símbolo de justiça e de lei divina que se projecta no espaço e no tempo de forma constante e absoluta. Entre os hindus, o leão é um dos aspectos da deusa Maya na manifestação do seu Verbo, mas também representa a avidez e o apetite incontrolado quando é pisado por Shiva. Para os africanos, o leão simboliza a sabedoria divina e no antigo Egipto eram representados aos pares de costas um para o outro, um virado para Ocidente e outro para Oriente. No Extremo Oriente, o leão está nas suas qualidades associado ao dragão, sendo um protector das energias negativas. No Japão, as danças do leão celebram o início do novo ano, afastando a desgraça e trazendo a saúde e a felicidade. Enquanto quinto signo do Zodíaco, o leão é regido pelo Sol e simboliza a alegria de viver, o orgulho, a ambição e o domínio. Tem como elemento o fogo, que lhe confere elevação, domínio, emocionalidade, actividade e paixão.
Referência:  leão (simbologia). In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2010. [Consult. 2010-11-23]. Disponível na www: <URL: http://www.infopedia.pt/$leao-(simbologia)>.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

COMENTÁRIO SOBRE A EXPERIÊNCIA LITERÁRIA

Temos aproximadamente 60 comentários de estudantes que relataram sobre a sua experiência escolar com a literatura. Ainda dá tempo de comentar. Participe desta rede de experiências e de memórias.

O FILME DE ANIMAÇÃO MEGAMENTE, 2010


O filme Megamente (Megamind, 2010) de Tom McGrath, será lançado no dia 03 de dezembro. Um fato curioso e merecedor de estudo é a estratégia mercadológica de mostrar os dubladores - atores famosos - nos filmes de animação.

Em Megamente, o protagonista foi dublado por Will Ferrel, além de contar com a participação de Tina Fey, Brad Pitt, Ben Stiller e Jonah Hill. Este chamariz tem sido utilizado já há um certo tempo, mas nos últimos anos essa estratégia vem se ampliado como forma de assegurar a presença do público nos cinemas. Aqui no Brasil, alguns DVDs trazem o nome do ator-dublador em destaque, a exemplo de Rodrigo Faro que dublou o personagem Astro Boy do filme homônimo. 

É importante que estejamos atentas(os) às estratégias de persuasão e coloquemos isso como objeto de estudo, pois os movimentos, muitas vezes imperceptíveis, projetam mudanças perceptíveis, que afetam diretamente o comportamento. São estratégias que visam seduzir o espectador através dos atores já conhecidos por outras participações: filmes, seriados e telenovelas.  Para (a)o pedagoga(o), identificar as estratégias e analisá-las à luz das referências contextuais - históricas, sociais, políticas, econômicas - é uma forma de contribuir cientificamente para as formas de aprendizagem que ultrapassam as salas de aulas, já que nem tudo que é aprendido faz parte das atividades deste quadrante. Aprender é uma ação que ultrapassa as ações escolares e o cinema tem nos ensinado que a aprendizagem requer participação, envolvimento, antes mesmo do espectador ter contato com o tema, com a estória. À vezes nos perguntamos o motivo pelo qual os alunos do ensino fundamental não se envolvem com as aulas de literatura. Talvez seja o caso de observarmos os nossos gestos. Será que antes de entregar o livro ao aluno, estamos preparando o seu espírito para algo novo, surpreendente, mágico? 

O dizer é importante, mas como se diz é muito mais.

Raimundo Faro ator-dublador de Astro Boy




sábado, 20 de novembro de 2010

PRORROGAÇÃO DA ENTREGA DA 1ª AVALIAÇÃO

Envio da URL (endereço) do vídeo até o dia 10/12/2010. Impreterivelmente.

Informo que as datas das outras duas avaliações permanecem inalteradas (já que a data da segunda foi recentemente modificada).

Apenas para dirimir quaisquer dúvidas, seguem os critérios de avaliação:

a) O vídeo deve ser postado no youtube com as devidas identificações dos membros, assim como os dados institucionais.
b) Deve interessar ao público infantil ou juvenil;
c) Deve ser preferencialmente uma adaptação de obra literária infantil ou juvenil;
d) Ser elaborado em grupo;
e) Ser criativo;
f) Ter duração de até 15min;
g) Apresentar mensagem clara para a faixa etária sugerida;
E me corto ao meio e me solto
de mim, duplo coração:
a que vive, a que narra,
a que se debate e a que voa
- na loucura que redime
da lucidez. (Lya Luft)

Como vocês entendem este trecho?

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Portal Curtas Petrobrás

O Portal Curtas Petrobrás disponibiliza filmes de duração curta (isto é de aproximadamente 30min). Um deles chama-se Velha História, de Cláudia Jouvin http://www.portacurtas.com.br/pop_160.asp?Cod=1893&Exib=1 que trata da história de amizade entre um pescador e um peixe. Toda a narrativa dura 6mim. Leia a sinopse:


Um dia ao pescar na beira de um rio um homem pega um peixe. A partir de um gesto de afeto do pescador, os dois desenvolvem uma linda amizade que é admirada por todos na cidade. Do poema de Mário Quintana.
Vale a pena visitar o site porque, além de disponibilizar o filme, também oferece informações pedagógicas importantes para o professor.

Visite e se cadastre:  http://portacurtas.org.br/index.asp

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

VERSÃO MAIS RECENTE DE CHAPEUZINHO VERMELHO

Trata-se do filme "Red Riding Hood", da diretora Catherine Hardwick, em português A Garota da Capa Vermelha (ou seja Chapeuzinho Vermelho, nome substituído por aludir ao conto infantil e o filme parece ter outra proposta). O filme ainda será lançado nos cinemas. É um caso muito evidente de intertertextualidade, de retextualização.

Você conseguria identificar outro texto, além do conto? 

ORIENTAÇÕES PARA A ELABORAÇÃO DO TEXTO DE CRÍTICA

Quando estiverem escrevendo o artigo de crítica, tenham sempre em mente o seu público. O artigo será eleborado para pessoas interessadas em crítica literária, geralmente universitários ou profissionais da área de educação ou das artes.

Pensem no objetivo do artigo, o motivo da escolha do livro e do filme e porque eles são importantes para o seu leitor. Depois disso, deixe claro para o seu leitor o seu lugar de fala, isto é, vocês são estudantes de graduação, do segundo semestre, cujo trabalho resulta das aulas de uma determinada disciplina do curso. Este aspecto é importante porque o seu leitor já saberá de antemão o que deve esperar de seu texto. Sem exigir nada além ou aquém deste.

Em seguida, você informa o que você vai discutir em seu texto, isto é, quais os conceitos a serem utilizados por vocês para a análise dos textos (fílmico e literário). Informe também que textos você leu para dar embasamento às suas reflexões. Ex.: a reflexão [ou análise ou, ainda, estudo] terá como base o conceito de (xxxxx), de fulano de tal. Ao escolher o conceito, explique ao seu leitor a sua importância para a educação (nosso eixo).

Em se tratando de texto literário, existem conceitos que são fundamentais: enredo, voz narrativa, personagem, tempo, espaço. Além desses mais estruturais, existe ainda o conceito de tema e figurativização que também são muito importantes. Veja um trecho sobre esses dois conceitos:




"Para Fiorin (1989:65), o tema é

... um investimento semântico, de natureza puramente conceptual, que remete ao mundo natural. Temas são categorias que organizam, categorizam, ordenam os elementos do mundo natural.

Parte-se, assim, de uma abstração para uma concretização - a figurativização - que, por sua vez, remete ao mundo natural. Essa abstração é concretizada pelo revestimento figurativo que cria um efeito de realidade, pois constrói uma imagem do real e representa, assim, o mundo.

É preciso, pois, descobrir o tema subjacente às figuras para que elas tenham sentido porque são sempre a concretização de um tema. Para analisar um texto do ponto de vista da tematização ou figurativização, não interessa isolar a figura ou o tema. Muito pelo contrário, porque mesmo sendo opostos, os dois elementos são complementares. Segundo
Courtés (1991:164):

...o figurativo refere-se ao mundo exterior, perceptível pelos sentidos: o temático concerne ao mundo interior as construções propriamente mentais com todo o jogo de categorias conceptuais que os constituem.


Fiorin (1990:72) confirma essa relação entre o temático e o figurativo quando afirma que

 ... os temas são palavras ou expressões que não correspondem a algo existente no mundo natural mas a elementos que categorizam, ordenam a realidade percebida pelos sentidos.

e concebe as figuras como elementos concretos:

…são elementos ou expressões que correspondem a algo, existente no mundo natural: substantivos concretos, verbos que indicam atividades físicas, adjetivos que expressam."

ATIVIDADES DE CRIAÇÃO & CRÍTICA

Além das atividades para as três avaliações, temos outras atividades preparatórias:

a) Elaboração de um artigo de crítica literária e fílmica a ser enviado para literinfantojuvenil@hotmail.com, aos cuidados de Eliana (turno matutino). Entrega para o dia 01/12/2010. Trabalho em grupo. Antes de enviar o texto para postagem definitiva, encaminhar para a professora para orientação (colocar no assunto do e-mail: crítica)

b) Elaboração de um texto literário - prosa ou poema. Entrega para o dia 10/12/2010. Trabalho em grupo. (e-mail para envio a ser confirmado). Antes de enviar o texto para postagem definitiva, encaminhar para a professora para orientação (colocar no assunto do e-mail: criação)

domingo, 14 de novembro de 2010

LEITURA, FICHAMENTO E RESUMO... SEMPRE

A pesquisa é inerente ao universitário. Quem entra em uma universidade, pressupõe-se que queira estudar, refletir e produzir conhecimento. Por isso, os textos teóricos (ou não) devem ser resumidos e fichados.

Já postei neste blog como vocês devem fazer. Este procedimento será fundamental para o artigo que vocês apresentarão como terceira nota da disciplina (uma das materializações).

Independente das avaliações, tais procedimentos são úteis para o desenvolvimento de uma forma de pensar, tendo como base um arcabouço teórico-científico, como requer o espaço acadêmico.

Sendo assim, não desperdiçem o tempo de vocês.  Administre-o bem para que possam sempre apresentar trabalhos com qualidade, fruto do esforço de cada um.   

sábado, 13 de novembro de 2010

LIVRO É UM PRODUTO CARO?

O livro é um produto caro?

A média de preço de um livro hoje é R$30,00. São raros aqueles que conhecem a casa dos 10. Encontrei hoje o livro O Menino Maluquinho, de Ziraldo, versão pocket, de R$17,00. Qualquer consumidor ficaria feliz, depois de ter visto tantos números acima de 20. Há quem ache que os livros infantis não precisam ser tão sofisticados, mas a verdade é que a cada dia os livros têm apresentado mais recursos que os encarecem. Tem até livro que toca música. Outros, quando abertos, saltam figuras, tipo maquetes.

O que vale hoje? Uma boa história? Um livro grande e feito com papéis especiais?

Há quem afirme que é uma questão de ordem cultural. As pessoas se sentem incomodadas em pagar R$30,00 num livro, mas não se incomodariam em pagar R$ 50,00 em uma grade de cerveja ou outro produto qualquer, como uma camiseta da última moda, por exemplo. Ouvimos bastante isso.

Seguindo este raciocínio, a leitura, a educação, não seriam valores que os adultos considerassem importantes para a criança, principalmente quando pertencem aos grupos sociais pauperizados.

O que você acha disso?

LANÇAMENTO DO LIVRO DE LÁZARO RAMOS

Amanhã, às 15h, no Teatro Vila Velha, Lázaro Ramos lançará o seu primeiro livro de literatura infantil:  A Velha Sentada. O resumo do livro nos convida a leitura, pois apresenta um tema bastante atual.
A obra conta a história de  Edith, uma  garota sem amigos, com problemas de autoestima, e que  só tem olhos para o seu  computador. A menina  muda o seu comportamento após ouvir o  comentário de uma vizinha, “de que uma velha  estaria  sentada dentro de sua cabeça.
Contudo, para aqueles que desejam adquirir um exemplar, é bom  saber que terá de desembolsar R$32,00. A editora que aposta no talento do ator (agora escritor) é a Uirapuru. O livro tem 48 páginas.

Fonte:http://www.correio24horas.com.br/noticias/detalhes/detalhes-1/artigo/lazaro-ramos-lanca-primeiro-livro-o-infantil-a-velha-sentada/

CRONOGRAMA DE LEITURAS - ATUALIZADO

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Correção de informações


Gostaria de corrigir o que eu tinha dito na sala sobre a inflação nos anos 80. Os dados que eu informei foram da América Latina e não do Brasil, como mostra o trecho abaixo:

A renda por habitante na América Latina, reduziu-se em 8,3% no período de 1980 a 1989, enquanto a inflação que era em média de 54,9% no início dos anos 80, subiu para 1157,6% no final da década e a taxa de investimento em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) caiu de 24,2 para 16,21. (...) E a inflação que por exemplo, havia sido no Brasil de 93,5% em 1981, subiu em 1984 para 239%, tendo esta alta sido extensiva à generalidade dos demais países latino-americanos.
De qualquer sorte, o aumento de 145,50%, em três anos, é muito alto. Foi neste contexto que os programas infantis, como Plunct, Plact, Zum, Arca de Noé e Pirlimpimpim foram exibidos.

UMA NOVA ATIVIDADE... PRAZEROSA ATIVIDADE

Que tal criarmos um blog para analisar livros de literatura e filmes destinados ao público infanto-juvenil?

Vai ser divertido e muito proveitoso. Cada equipe poderia analisar:

a) um livro infantil ou juvenil
b) um filme infantil ou juvenil

Depois é só postar no blog. Alguém poderia criar o blog e depois passar o e-mail e a senha para cada um ir postando.

O que acham? Querendo começar, é só começar...

terça-feira, 9 de novembro de 2010

SIMONE DE BEAUVOIR E O CINEMA DE ANIMAÇÃO

Em um dos meus blogs, postei um artigo que faz uma relação entre a frase de Simone de Beauvoir ("não se nasce mulher, torna-se mulher")a um enunciado da personagem Jessica, do filme Uma Cilada para Roger Rabbit, de 1988, um filme que mistura personagens humanos aos personagens  desenhados. 
Quer saber mais? É só clicar no link abaixo.

http://mulherecinema.blogspot.com/2010/11/somone-de-beauvoir-no-cinema-de.html


segunda-feira, 8 de novembro de 2010

PLANETA DOCE (PIRLIMPIMPIM, 1982)



Doce, doce viver no planeta doce
Doce, doce viver no planeta doce

Veja que vida gostosa você pode aqui levar
Você pode vir voando no cometa que é sonhar
Oh! não, não tenha medo, não há perigo aqui
O pior que pode haver é você ter um piriri

Aqui nada é amargo, nem os preços são salgados
Com qualquer moedinha você compra um bom bocado
A vida é um brinquedo e você pode ser levado
Que ganha sobremesa mesmo sem ter estudado

Doce, doce viver no planeta doce
Doce, doce viver no planeta doce

Gasolina é guaraná e jorra em qualquer lugar
Polícia é brinquedo e é sempre um bom companheiro
O Sol é um quindim e brilha doce até o fim
Nuvens de algodão doce, pirulitos nos jardins

Doce, doce viver no planeta doce
Doce, doce viver no planeta doce

Veja que vida gostosa você pode aqui levar
Você pode vir voando no cometa que é sonhar
Oh! não, não tenha medo, não há perigo aqui
O pior que pode haver é você ter um piriri

USE A IMAGINAÇÃO (PIRLIMPIMPIM, 1982)

RELAÇÃO DAS EQUIPES COM OS TEMAS - NOTURNO

Qualquer correção, me informem por aqui mesmo. É só postar no comentário.

Para saber o nome do tema: 

ÍCONE, SÍMBOLO E ÍNDICE

Maria José Palo e Maria Rosa D. Oliveira em seu livro Literatura Infantil: Voz de Criança fazem referência a três termos usados na teoria semiótica, mostrando já para o leitor o campo teórico de seus estudos (um deles, pelo menos). É que a Semiótica tem sido mais usada em análise de textos onde predominam diferentes registros da linguagem - verbal (linguístico) e não-verbal (não-linguístico). No caso da literatura infantil, devido a presença do texto escrito e dos desenhos ilustrativos, a utilização desse dispositivo teórico se justifica.

Em relação ao índice, símbolo e ícone, vale lembrar que eles fazem parte do nosso cotidiano. Aliás, foi observando o cotidiano que os teóricos das linguagens passaram a criar nome e conceitos para explicar as experiências textuais do dia-a-dia.

Charles Pierce deu o nome índice para uma situação em que um signo, portanto elemento dotado de significante e significado, indicaria uma outra coisa e entre os dois haveria uma relação de causalidade. Ex.: quando olhamos para o céu e vemos nuvens cinzas, dizemos que vai chover.  As nuvens cinzas são indícios de chuvas. No entanto, em outras situações mais abertas faz-se necessário que haja sentido para a cultura. Por exemplo: a presença de uma pessoa em uma festa, sem ser convidada, pode ser indício de problemas porque de acordo com as convenções sociais dos membros envolvidos, ir a uma festa implica em ser convidado.   Portanto, o índice pode estar relacionado diretamente a experiência natural ou sociocultural do falante da língua.

Na literatura infantil, como podemos aplicar esse conhecimento?

Vejamos: a literatura, por ter um grau de figuratividade maior do que outros textos, tende a operar com o conceito de índice, símbolo e ícone. Como estamos falando do índice, vamos ver como isso acontece. Tomemos um conto de fada conhecido por todos vocês: Chapeuzinho Vermelho. O leitor, ao ver a protagonista - uma meninA - em uma floresta sozinha, inevitavelmente prevê indício de perigo porque para o leitor ocidental, educado em uma cultura patriarcal, a mulher representa um ser que requer a "proteção" de uma figura masculina e, sendo criança, de um adulto. Chapeuzinho Vermelho possui as duas marcas de dependência criada pela sociedade patriarcal: a de ser mulher e criança. Se ao lermos o conto, sentimos esse efeito, é porque internalizamos o código. Mas esse indício também tem a ver com o símbolo da floresta - aqui já vamos emendar com o conceito de símbolo - que representa perigo.

A floresta é o espaço não-domesticado, estranho, onde os animais selvagens habitam. É símbolo de perigo, de mistério (fazendo uma incursão pela memória, lembrem-se de que o vampiro, de Crepúsculo- o filme, quando se mostra perigoso para a jovem, é numa floresta. Eles estão próximos à escola, mas a revelação de que ele é um vampiro, se dá na floresta). Assim, o símbolo é um signo que remete a um significado denotativo expresso pela cultura, sedimentando-se na memória cultural. É o que acontece com a maçã: símbolo do pecado, do amor, da feminilidade, etc. Observe que não há nada em si na maçã que possa lembrar pecado, amor ou feminilidade. É uma convenção social.

O ícone é uma imagem que mantém uma relação de semelhança ou propriedade com o objeto representado. Um ícone apresenta pelo menos um traço em comum com este objeto. Acontece com as fotografias, as pinturas, as charges, etc. Pensando com base na definição acima, podemos dizer que as personagens dos desenhos animados, por exemplo, são ícones das pessoas, já que guardam traços de similitude. Mesmo no texto literário, as descrições das personagens, as aproximam da nossa humanidade, o que poderia ser interpretado com uma relação icônica.

Alguma dúvida?

PLANEJAMENTO

sábado, 6 de novembro de 2010

NOVO CRONOGRAMA DE AVALIAÇÃO

Repensando o cronograma de avaliação, informo que a 2ª avaliação - o seminário - será em fevereiro. A 3ª avaliação - o artigo -, permanece com a data anteriormente estipulada, já que é apenas para entregar.

A mudança permite que vocês tenham mais tempo para ler os textos com mais tranquilidade.

Em breve, estarei apresentando o cronograma de leitura para o mês de dezembro.

Lembrem-se de fazer resumos de todos os textos disponibilizados como forma apreender as ideias contidas neles. O resumo e o fichamento são procedimentos de estudo necessários para a aprendizagem.

O resumo consiste em identificar no texto as ideias principais do autor para em seguida serem escritas com as suas palavras (não é transcrição!). Já o fichamento possui dados sobre a obra (autor, título, editora, ano - como se fosse fazer uma referência) e consiste em registrar a visão do estudante sobre um capítulo de livro, um livro, um artigo ou um tema. 

O fichamento de citação são transcrições do texto original (entre aspas) que são escolhidos por conterem uma ideia importante. Em geral, faz-se citações de conceitos, muito usados nos artigos científicos e por isso o seu fichamento é fundamental.

PROGRAMA INFANTIL - ANOS 80

sexta-feira, 5 de novembro de 2010